Por Katia Gomes da Silva
O homem estudará tanto, pesquisará tanto, que concluirá que a forma de vida mais sensata e mais digna seja, talvez, àquela dos tempos da caverna, isto é, descobriremos que o mais certo seja o primitivo. Darwin até tinha razão, mas sua teoria estava ao contrário, ao invés de evoluirmos, retrocedemos. Afinal, naquela época, poluíamos menos, comíamos o necessário, matávamos por extrema necessidade, assim como os outros animais, ou por fome ou por ameaça.
A idéia de propriedade não existia, pelo menos não na forma como a concebemos.
Monogamia não fazia sentido, parentesco não era lá essas coisas... nos juntávamos por interesses, continuação da espécie, e éramos honestos em relação a isso, ao invés de mentirmos tanto...
A natureza nos cercava e não o contrário, éramos continuidade e não dominação. E mesmo que nós a dominássemos, poderíamos ter sido mais justos com o mundo, perante as outras espécies e perante a nós mesmos.
Tínhamos tempo para os filhos, não existia televisão, nem internet e nem celular, e sobrevivíamos! Tínhamos nossa imaginação... àquela que perpetuou nossa espécie e não essa que se apaga entre nós, já que são os outros, e num futuro próximo as máquinas, que pensam por nós.
A vida com certeza era mais dura, com menos expectativas de duração e com mais insegurança, mas talvez soubéssemos administrá-la, amá-la e cuidá-la melhor do que hoje e é certo que não daríamos razão a coisas tão pequenas, as quais nos permitimos...
Inventamos tanto a nossa sociedade, criamos tantos valores, tantos conceitos, tantos significados que nem damos conta deles... Acabaram tornando-se armadilhas do nosso cotidiano. Sofremos, morremos por causa deles... Palavras nasceram com significados tão complexos e tão particulares que sentimos tantos sofrimentos desnecessários... A vida deve ser mais simples! A vida deve ter uma finalidade mais modesta, isto é, apenas sermos felizes! Por que será que a dificultamos tanto? Por que inventamos tanto? Criamos tantas formas de vida, que nos fazem escravas delas, parecendo até que nem vivemos...
Hobbes não pode ter razão, o homem não pode ser o lobo do homem, ele deve ter uma alma moral, deve existir uma cumplicidade da felicidade no íntimo de todas as pessoas. Ainda acredito na espécie humana, afinal, um dia a gente aprende. “Onde há vida, há esperança”.
Já vou logo me defendendo... rsrs Escrevi esse texto numa época meio revoltada da minha vida. Até falei em algumas coisas delicadas, como misturar a teoria de Darwin e meio que deixar implícito uma evolução no sentido moral. Enfim... Preferi não mexer nele por enquanto.
ResponderExcluirKátia, minha amiga,
ResponderExcluira razão de tantos descaminhos humanos, é que o desenvolvimento racional-moral não consegue acompanhar as modernidades. Ele acontece na chamada "longa duração" da história (para citar Braudel). Já as tecnologias e outros inventos modernos caminham à velocidade da luz, de modo que, fica muito difícil a compreensão e assimilação dos esfeitos que as mudanças trazem.
Bjs e parabéns pelas reflexões!
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ResponderExcluirExcelente reflexão...bjinhos
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