quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A missão de viver

Por Katia Gomes da Silva
Não faz sentido viver por viver. Pra viver, tem que ter vontade de viver. Já não dá mais pra viver descompromissadamente. Viver exige cuidar e cuidar tem relação com poupar, tratar, manter. Quem cuida sempre tem e pra isso a cidadania é o elemento mais significativo. A vida coletiva não é diferente da vida individual, é cuidar do que é nosso, do que deixaremos para os nossos filhos. Uma vez me disseram que rezar pra Deus é cuidar: é ser solidário com o vizinho, com o outro que nem conhecemos; é proteger a infância, as crianças que são de responsabilidade de todos nós. É plantar, cuidar dos animais. É limpar. É procurar a alegria e a boa vontade. É estar disposto. É lutar por si e pelos demais. Rezar é buscar o equilíbrio do mundo e das coisas. É crescer com sustentabilidade. É ter cuidado, é prezar, é ter consciência. Rezar não é ficar pedindo pra ter o melhor carrão, a mansão e ficar rico. Rezar é se ligar a Deus, pensando o bem, fazendo o bem, para transformar as coisas, afinal “gentileza gera gentileza”.
 É claro que a questão-chave disso tudo está na educação, na ação de educar. No sentido mais amplo da educação, de responsabilidade de todos nós, ao darmos o exemplo para que as coisas boas sejam repassadas. Conseguimos uma sofisticação impressionante de sociedade, mas nos perdemos em paixões, paixões no sentido de estarmos movidos por sentimentos irracionais, pois são elas também que nos configuram como humanos e não máquinas. Não devemos perder nossa sensibilidade, mas precisamos nos comprometer com o “pacto social” (fazendo uma referência à política clássica), e também entender e praticar o sentido real da Revolução Francesa (nos lemas: fraternidade, igualdade e liberdade).
A escola é o ambiente em que precisamos nos esforçar ainda mais e lutar por sua proteção e qualidade. Ali o mundo é gerado, ali nascem idéias, conceitos são passados. É onde está nossa sobrevivência, científica e cultural, e é lugar propício para perpetuarmos nossos desenvolvimentos sociais. O ponto aí são os profissionais da educação que precisam ter uma formação de qualidade e serem valorizados profissionalmente. Por meio da educação, um novo mundo é possível, mais justo e igual. O bem, a ética e a justiça são idéias e ações que são passíveis de aprendizagem e apreensão, logo são possíveis, não é utopia, podem ser sim realidade. Basta querer meu Brasil!

2 comentários:

  1. Katia,

    muito bacana mais essa reflexão sua.

    O segredo é cada um que pode um pouco mais fazer um pouco por aquele que pode menos. A ação de equilíbrio passa pelo particular. É uma questão de missão íntima. Essa contribuição passa não somente pela ajuda material, mas por tudo aquilo que temos como riqueza. O capital intelectual e afetivo passa também por isso. Contibuir para o bem geral é dividir com o próximo tudo que temos como importante para nós. Sabe-se que muita gente atua nesse sentido. Isso nos dá esperança num mundo melhor no futuro! Aguardemos e confiamos!!!

    Grande beijo do amigo tb preocupado!

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  2. É isso mesmo Assis. Acredito que sempre temos o que dar e sempre temos o que receber, quanto às riquezas (em sentido amplo) da vida. Por isso a missão é de todos, está no ato de viver. Qdo digo isto, penso no sentido de comunhão com tudo, humanos e seres viventes e, para quem acredita, em além mundos. bjo

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