domingo, 29 de maio de 2011

Interligar-se ou desligar-se? Eis a questão!

Por Katia Gomes da Silva
O mundo atualmente vive uma explosão de novas tecnologias de informação e comunicação. A todo o momento temos a divulgação de novos aparelhos, novos instrumentos e novos formatos de distribuição da informação que supera a todas as outras antes utilizadas. Estamos conectados virtualmente a lugares e pessoas diversas. Para a geração que nasceu com essas novas tecnologias e vive essas constantes mudanças há uma naturalidade nessas novidades, quando que para gerações anteriores, parecem que as mudanças estão cada vez mais velozes, mal dando para se acostumar e adaptar com determinadas tecnologias, parece que automaticamente já temos outras, a seguir, as ultrapassando.
                As redes sociais têm sido a grande base de comunicação entre as pessoas. Entre si elas já mostram suplantações e atualizações constantes, a fim de continuar ativas entre a sociedade virtual, que se mantém em contato com várias pessoas, acompanhando suas vidas e trocando informações num tempo e disponibilidades impossíveis se fossem de forma física, pessoalmente. Logo, o contato físico tem diminuído, transformando assim os relacionamentos pessoais e também profissionais frente à vida. São outros tipos de relacionamentos, formas distintas de contato e de acesso às informações.
                A televisão e o rádio foram muitas vezes divinizados pelo alcance das informações, mas também execrados pelo seu poder manipulador, de certa maneira, na vida das pessoas e padronização. A internet, ao contrário, nos possibilita um acesso à informação de modo seletivo. Escolhemos o que queremos saber, seja pelos sites informativos e jornalísticos, seja pelos sites de busca que nos levam ao foco do que procuramos.
                São novidades onde a adaptação se mostra importante para a sobrevivência nesse mundo globalizado e interligado virtualmente. No entanto, também devemos criticar essa mesma sociedade online quanto à perda de habilidades que estão desaparecendo. A diminuição do contato físico e a facilidade do encontro de informações estão transformando nossa maneira de viver o mundo e de estar nele. Corremos o risco de nos tornarmos mais duros, insensíveis frente ao outro, aumentando o egoísmo e a invisibilidade do outro em nossas vidas e desejos. A falta de paciência parece estar cada vez mais comum entre as pessoas. Temos lidado com outro de forma a atender nosso íntimo, onde as pessoas estão quase que sendo objetos para a finalização que somos nós apenas. O espetáculo tecnológico tem modificado nossas estruturas de viver socialmente, portanto, se mostra urgente prestarmos atenção para não sermos mais uma das peças desse mecanismo maquinário da vida, em seu formato tecnológico. Somos humanos e essa essência não pode ser esquecida, frente ao mundo do sistema, que tem virado quase que um ser entre nós.

5 comentários:

  1. Ótima reflexão, Katia.

    Tenho feito constantemente e já há algum tempo esta mesma reflexão. Por conta exatamente de ser de uma geração que se unia em grupos, por ter escrito e recebido cartas (de papel, entregues pelo carteiro), por ter escrito em máquina de escrever, por ter lido com mais frequência livros e jornais e por tantas outras coisas que o tempo de hoje nos impede de viver e fazer, isso tudo me preocupa. Tenho utilizado como uma certa frequência os meios eletrônicos e digitais. Acho de grande importância essa evolução. Porém, sinto falta do calor do contato humano. Vejo muito menos que gostaria os meus amigos que, com certeza, me fazem muita falta.

    No quê tudo isso vai dar, o tempo dirá!

    Bjs e parabéns pela questão!

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  2. Katia,
    Enquanto pessoas sensíveis ao assunto existirem, o que podemos fazer é multiplicar a sensibilidade....
    Beijos e parabéns pelo texto.

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  3. Concordo plenamente com você e tenho feito o possìvel para manter a minha humanidade, mas confesso que nesse momento a internet tem sido uma ferramenta ùtil para me manter pròxima aos amigos e parentes! bjus

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  4. Assis, realmente só o tempo dirá. Me preocupo, mas tb não nego que é viciante e legal, nos dá mtas possibilidades, abre mtas portas, pra mundos que talvez não estivessem acessíveis sem a internet.

    Eliana, sua fé tb me faz acreditar que a sensibilidade sempre vai existir.

    Daniele, pra ti então é importantíssimo essa possibilidade, pode deixar mais perto do Brasil...
    Beijos em todos

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  5. A verdade é que as tecnologias estão aí e temos que usá-las mesmo. Quease que não temos saída. Concordo plenamente com o último parágrafo. Faz-se necessário que fiquemos atentos às tecnologias para não virarmos escravos dela. Como era gostoso e ainda pode ser, escrevermos uma carta a um amigo ou sentar num bar para dizer e falar nada, mas estar perto a um amigo, olho no olho.

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