Por Katia Gomes da Silva
O tempo não para. Estamos em constantes mudanças e com elas vêm os avanços tecnológicos e novas formas de pensar o mundo. A escola e a educação estão dentro desse processo. Portanto, é necessário haver a eterna preocupação em se atualizar. O ensino tradicional, conhecido e trabalhado da mesma forma ainda nos dias atuais, deve ser repensado, a fim de corresponder às demandas desse novo mundo que já nos abriu as portas. A forma mais comum de aprendizagem consta de disciplinas separadas em tempos de aulas, formando os alunos dentro do universo daquelas matérias de forma cartesiana, isto é uma visão linear das coisas, megaespecializada, entendendo a ciência em suas minúcias acadêmicas pela busca do máximo do aprofundamento para se aprender e, conseqüentemente, depois divulgar para a sociedade.
Essa visão que fragmenta os estudos não deve ser abandonada. Entretanto, ela deve dar conta de outras partes para que haja a composição do todo novamente. É como aprendemos no colégio, com a famosa frase de Gestalt, “o todo é a soma das partes”. Contudo, muitas práticas pedagógicas não se preocupam em fazer esses links depois. Com isso, a aprendizagem fica comprometida ou vista como sem sentido para muitos alunos.
O mundo está cada vez mais interligado, com notícias aparecendo instantaneamente com fácil acesso a todos. Estar preparado para saber criticar as informações recebidas, assim como transformá-las em formas úteis de trabalho ou saber mudar a vida tal qual ela nos é apresentada é um desafio atual para todos os viventes. A escola tem que se preocupar com isso, ou seja, deve inovar suas práticas pedagógicas de forma a mostrar o conhecimento mais integrado, trazendo uma visão mais abrangente das coisas, mais totalizado. Isso é possível por meio da interdisciplinaridade.
Esse nome comprido e que está em voga nada mais é do que integrar os saberes. Sua finalidade é em esclarecer o conhecimento para além dos limites e fronteiras existentes nas disciplinas. De forma dialógica, as disciplinas diversas se complementam para explicar um assunto que terá mais facilmente em ser aprendido se for para além dessas fronteiras, das matérias fragmentadas.
Pensar o aquecimento global, a globalização ou a democracia, por exemplo, é necessário ultrapassar as divisões demarcadas nas disciplinas. Por meio dessa interação, o saber se torna mais interessante e mais completo. Assim, o aluno possuirá mais noção sobre a composição das partes fragmentadas em disciplinas e também saberá coordená-las, vendo a junção das diferentes partes que estão tentando dar conta das complexidades da vida.
Não se trata de uma competição das disciplinas, muito menos o esvaziamento delas, ao se unirem para enriquecer o ensino, logo demonstrarão com mais propriedade os diferentes ângulos da vida. Trata-se de ressignificar os métodos pedagógicos e repensar os conteúdos, organizando e divulgando os conhecimentos de maneira articulada para que os alunos estejam preparados para as demandas da vida em sociedade, respondendo às exigências impostas por esse mundo globalizado e interligado, do qual todos nós fazemos parte.